20/05/2019
Uma nova geração de profissionais está surgindo!

Vivemos, às vésperas da década de 2020, o ápice das redes sociais e da tecnologia, em que tudo é feito na palma da mão, sem precisar sair do conforto de casa, sem enfrentar filas, trânsito ou desgastes desnecessários.

O jovem que hoje está entrando no mercado de trabalho tem uma visão de futuro e de vida muito diferente das gerações das décadas de 1960, 1970 e 1980, quando se pensava primeiro em fazer uma carreira e passar por muitos anos em uma mesma empresa. Era um tempo em que as pessoas começavam a trabalhar pensando em um dia se aposentar, abriam mão de pequenos sonhos, como viajar ou até mesmo sair do País, pois afinal éramos o país do futuro, lembra-se dessa frase?

Mas, o que mudou? Com o advento da internet, da globalização e agora com a reforma da previdência, as novas gerações, compostas por pessoas que estão na faixa etária dos 18 aos 25 anos e, principalmente, as gerações que virão, não têm mais essa visão de mundo e, acima de tudo, do País. Há uma descrença muito grande nos rumos que o País tem tomado nos últimos tempos.

A falta de oportunidades de trabalho para os jovens, tem feito com que eles busquem cada vez mais oportunidades em outras nações, como Canadá, Inglaterra, Austrália etc. O jovem do Brasil atual busca fazer intercâmbio, conhecer novas culturas, e não acredita mais na falsa segurança de uma carteira de trabalho assinada. Afinal, fica difícil para um jovem de 18 anos, em início de carreira, imaginar que ele terá de contribuir e esperar por mais de 40 anos para talvez, se estiver vivo e saudável, usufruir de uma possível aposentadoria.

Os jovens dos anos 2020 são futuristas e ao mesmo tempo vivem o presente, são empreendedores. Cada vez mais nos deparamos com empresas abertas por jovens em diversas áreas do conhecimento, mas, em particular, nas áreas de tecnologia e entretenimento. É comum jovens terem o seu próprio canal na internet e começarem a gerar as suas próprias receitas, fazendo o seu próprio horário de trabalho e, mais importante, sem perder em qualidade de vida.

O jovem dos anos 2020 é empreendedor e procura viver a vida no hoje e não fazer planos para um futuro distante. Agora, vem alguns questionamentos: em um país onde a educação e a cultura são tratadas com tanto descaso, onde as verbas são as primeiras a serem reduzidas, onde os jovens não são ouvidos, qual a perspectiva que eles terão no seu próprio país?

Será que os nossos políticos já pararam para pensar que, com as mudanças das leis trabalhistas, com a reforma da previdência e, sobre- tudo, com a mudança do perfil dos nossos jovens, estamos perdendo os nossos talentos e o futuro da nossa nação? Uma grande mudança já está ocorrendo.

As novas gerações estão trabalhando cada vez mais em home office, são micros e pequenos empresários que sonham em crescer em suas profissões e alcançar oportunidades em território estrangeiro. Eles não querem para suas vidas o mesmo sofrimento enfrentado pelos pais e avós, buscam liberdade de expressão, locomoção e liberdade de poder escolher o próprio caminho.

O futuro da Nação deveria ser tratado como prioridade pelos nossos políticos, mas infelizmente vejo um futuro sombrio. De um país que não valoriza a educação, onde o professor é tratado como um “qualquer”, o que realmente podemos esperar?!

Nelson Alves dos Santos é administrador de empresas e docente
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